Com estoque de 22 milhões de litros de gasolina nos tanques das
distribuidoras, em Cabedelo, os órgãos envolvidos no sistema de
abastecimento de combustíveis na Paraíba consideram que a crise acabou e
que já existe normalidade no mercado, tanto na parte do atacado como no
varejo, nos postos. A conclusão é de reunião realizada, nesta
quinta-feira (14) pela manhã, na Sala de Sessões do Ministério Público
da Paraíba, onde o representante da Agência Nacional de
Petróleo, Gás
Natural e Biocombustível (ANP), Siderval Vale Miranda, concedeu
entrevista.
Segundo Siderval Vale, o motivo da falta de combustível na Paraíba se
deu por dois motivos. “O primeiro foi no mês de novembro, por conta da
greve nacional da Petrobrás, que trouxe impacto em relação aos estoques,
e o segundo ocasionou porque teve um problema na refinaria Presidente
Bernardes, esse problema impactou a produção, e é nessa refinaria que é
enviada a maior parte dos combustíveis do Nordeste”, contou.
Já o diretor-geral do MP Procon, Glauberto Bezerra afirma que não se
pode passar a mão na cabeça da Petrobras por esses fatores. “A greve dos
petroleiros não pode ser usada como justificativa para a falta de
combustíveis que ocorreu na Paraíba, porque a Petrobras é uma Companhia
de grande porte que tem obrigação de prever estas situações”, disse
Glauberto Bezerra, diretor geral do MP-Procon.
Segundo Glauberto, A Petrobrás tem a obrigação de não causar nenhum
dano à população. “A constituição determina, e também é lei Federal, o
estoque de combustível no Brasil pela Petrobras que é um monopólio
deveria estar a nossa disposição, que não causasse prejuízos econômicos e
danos coletivos morais, então nós temos o inquérito para apurar
administrativamente as responsabilidades da Petrobrás com multa, e
também a responsabilidade civil, inclusive dos diretores que foram
imprevidentes, não planejando devida corretamente com eficácia e
eficiência desejada pela população”, destacou.
Glauberto também destaca que a crise está resolvida, mas o inquérito
continua. ‘’Quem cometeu o erro vai pagar por ele, inclusive do ponto de
vista penal para aqueles que aproveitaram da fragilidade da população
para ganhar dinheiro em cima disso, é crime, a lei determina e com todo
rigor nós faremos. E esclarecendo que o próprio governo permitiu o
aumento de combustível, então iremos analisar, dentro dos documentos, a
receita estadual também nos ajuda nesse instante e vamos chegar ao
final, quem cometeu, é crime e será punido, e quem cometeu infração
administrativa também será punido, inclusive a Petrobras”, falou.
Petrobras fica na Paraíba
A presidente da Companhia Docas, Gilmara Temóteo, garantiu que a
Petrobras continuará operando a partir de Cabedelo, destacou o trabalho
do MP-Procon, disse ser impossível estabelecer um cronograma de chegada
dos navios e garantiu que “a média de combustíveis que recebemos é de 50
a 60 mil toneladas por mês e a Petrobras informou que já foram
faturadas para a Paraíba 50 mil toneladas que chegarão nos próximos
navios e parte por caminhões”, contou.
Segundo Gilmara Temóteo, a população não vai mais passar aperto em
relação a combustível. “Já foram descarregados 22 Milhões de litros de
combustível na Paraíba toda, então com esse navio que nós recebemos
ontem, e outro que chegou no dia 09 desse mês, os terminais localizados
dentro do porto de cabedelo estão com 90% da sua capacidade de
armazenamento preenchidos, o que dá um conforto para a população do que
desrespeito a recebimento de combustíveis”, ressaltou.
Luana Barros/Correio da Paraiba
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