O relator do processo de impeachment no Senado, Antonio Anastasia
(PSDB-MG), apresenta nesta terça-feira (2), à comissão especial, o
parecer que recomendará se a presidente afastada,Dilma Rousseff, deve
ser levada a julgamento final na Casa ou se a denúncia contra ela deve
ser arquivada. A sessão convocada para a leitura do relatório do senador
tucano está prevista para começar ao meio-dia.
Na primeira etapa,
quando os
senadores tiveram de decidir se instalavam ou não o processo
de impeachment, Anastasia recomendou que os demais senadores votassem a
favor da instauração das investigações. Com a aprovação do relatório,
Dilma foi afastada temporariamente do comando do Palácio do Planalto.
Chamada
de “pronúncia”, a fase atual do processo de afastamento da presidente
da República – a etapa intermediária – serviu para os integrantes da
comissão especial ouvirem depoimentos de testemunhas, solicitarem
documentos para produção de provas, realizarem perícia e acompanharem a
leitura da defesa pessoal de Dilma. Nesta fase também foram entregues as
alegações finais da acusação e da defesa.
Nesta terça, Anastasia
terá de ler a íntegra do parecer aos colegas da comissão especial do
impeachment. Senadores contrários ao afastamento da petista pretendem
obstruir a sessão com apresentação de requerimentos e questões de ordem
para tentar adiar a leitura, passo indispensável para que o documento
seja votado no colegiado. No entanto, como a oposição é minoria na
comissão, a tendência é que o senador do PSDB consiga concluir a
apresentação do parecer.
Os aliados de Dilma também devem
apresentar os chamados “votos em separado” – textos alternativos com
conclusões divergentes das apresentadas pelo relator do processo. Esses
relatórios dos oposicionistas, entretanto, não deverão ser analisados
pelos integrantes da comissão do impeachment.
Ao final da leitura
do relatório de Anastasia, o presidente da comissão, senador Raimundo
Lira (PMDB-PB), concederá vista coletiva (mais tempo para que os
integrantes do colegiado analisem o parecer).
Segundo o cronograma
do processo de impeachment, os senadores que atuam na comissão especial
irão discutir o documento elaborado por Anastasia na quarta-feira (3).
Porém, somente no dia seguinte o relatório será votado no plenário do
colegiado.
Após ser apreciado na comissão, o parecer do senador
tucano será submetido ao plenário principal do Senado, independentemente
de ter sido aprovado ou rejeitado pelo colegiado. A previsão é de que a
análise do relatório no plenário ocorra na próxima terça-feira (9).
Se
o plenário principal decidir, por maioria simples, que é procedente a
denúncia de que Dilma cometeu crime de responsabilidade no exercício da
Presidência, ela será submetida a julgamento final no Senado.
Encarregado
de comandar um eventual julgamento, o presidente do Supremo Tribunal
Federal(STF), ministro Ricardo Lewandowski, prevê que a análise
definitiva do processo de impeachment tenha início no plenário do Senado
no dia 29 de agosto. A projeção do magistrado é que o julgamento irá se
estender por uma semana.
Denúncia
Os autores do pedido de impeachment de Dilma alegam que a presidente afastada cometeu crime de responsabilidade ao praticar as chamadas “pedaladas fiscais” (atraso de pagamentos da União a bancos públicos para execução de despesas) e ao editar quatro decretos de crédito suplementar sem autorização do Congresso Nacional. A denúncia foi elaborada pelos juristas Miguel Reale Júnior, Janaína Paschoal e Hélio Bicudo.
Os autores do pedido de impeachment de Dilma alegam que a presidente afastada cometeu crime de responsabilidade ao praticar as chamadas “pedaladas fiscais” (atraso de pagamentos da União a bancos públicos para execução de despesas) e ao editar quatro decretos de crédito suplementar sem autorização do Congresso Nacional. A denúncia foi elaborada pelos juristas Miguel Reale Júnior, Janaína Paschoal e Hélio Bicudo.
A
defesa de Dilma, capitaneada pelo ex-ministro José Eduardo Cardozo,
rebate as acusações afirmando que os atos apontados na denúncia não
configuram crime de responsabilidade.
O defensor ressalta ainda
que o processo de afastamento em tramitação no Congresso tem “vícios de
origem” porque teria sido aberto por motivo de “vingança” pelo
ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário