15 de ago. de 2018

PT protocola candidatura de Lula à Presidência da República no TSE

O PT protocolou na tarde desta quarta-feira (15) o registro da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad é o vice da coligação. A chapa O Povo Feliz de Novo reúne, além do PT, o PCdoB e o Pros.

O registro formal foi feito às 17h12, pelas mãos da dirigente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffman. Fernando Haddad; a ex-chefe do Executivo Dilma Rousseff; e a ex-postulante ao Planalto Manoela D’Ávila (PCdoB), que abriu mão da disputa para entrar na chapa petista, também participaram do ato de formalização da candidatura.
Nesta tarde, o Twitter de Lula anunciava que, agora, é oficial: o ex-líder sindical vai concorrer, novamente, à Presidência da República.
O nome de Manuela não figura formalmente na chapa. Ao longo da campanha, caso Lula seja impedido de concorrer – cenário mais provável diante de sua condenação em segunda instância, Haddad assumirá a corrida ao Palácio do Planalto, ao lado de Manuela. Na hipótese de o ex-presidente seguir na disputa, panorama com pouca possibilidade de acontecer, o ex-prefeito sai da chapa, dando lugar a Manuela na vaga de vice.
Também acompanharam o registro da candidatura o presidente do Pros, Eurípedes de Macedo Júnior, e a dirigente do PCdoB, Luciana Santos.
Mobilização às portas do TSE
O registro da candidatura foi acompanhado de uma grande mobilização popular, que envolveu marchas de trabalhadores rurais, ao longo da semana, até Brasília. Articulações de entidades sindicais e outros movimentos se aglomeraram em frente ao tribunal para acompanhar a formalização do ato. Somente seis pessoas da coligação foram autorizadas a entrar no TSE para protocolar a chapa.
Mobilização de apoiadores de Lula diante do TSE
Conforme relatado pelo teólogo Leonardo Boff, que se encontrou com o ex-presidente recentemente, Lula teria comentado acerca da mobilização desta quarta (15) em Brasília: “Isso aqui pra mim é um luxo. Sou candidatíssimo, quando você falar com o povo, diga isso”.
Antes de formalizar a chapa, Gleisi Hoffmann discursou para a multidão, estimada em 10 mil pessoas pela Polícia Militar. “Estamos aqui para registrar a chapa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A despeito daqueles que tiraram Dilma da Presidência [da República], a despeito daqueles que tiraram os direitos trabalhistas, estamos aqui hoje com os movimentos sociais, com o povo brasileiro, com companheiros do PCdoB, do PCO, com Dilma, com Haddad, nosso vice, sem medo”, declarou a senadora. “Injustiçaram Lula. Estamos aqui na caminhada do início da campanha eleitoral para registrar a candidatura e vamos comemorar assim quando sair de lá de dentro: Lula Livre”, disse.
Haddad presidenciável?
No entanto, nenhum dos políticos que participou do ato de formalização quis falar sobre uma eventual substituição de Lula por Haddad como cabeça de chapa. A hipótese é provável – considerando o fato de o ex-presidente ter sido condenado em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro, o que o torna inelegível, de acordo com os critérios da Lei da Ficha Limpa –, mas caberá ao TSE impedi-lo ou não de concorrer ao Palácio do Planalto.
“O objetivo é manter o nome de Lula na chapa até o fim. Não tem nenhum dispositivo que impeça [a candidatura de Lula], vamos recorrer na Justiça para manter a chapa”, afirmou Gleisi Hoffmann. “Estamos felizes, não por Lula apenas. Estamos felizes porque mais de 50% dos brasileiros que hoje declaram voto, declaram voto no presidente Lula”, destacou Haddad. Segundo o ex-prefeito, “se a legislação for cumprida”, o PT sustentará a candidatura de Lula até as eleições.
“Portanto, este é um gesto de resgate da soberania popular e nacional, porque o Lula representa hoje o resgate do Brasil, que está sendo vendido na bacia das almas por esse governo. O resgate dos direitos sociais, dos direitos civis e dos direitos políticos”, acrescentou o provável plano B do partido, caso a Justiça Eleitoral impeça, de fato, Lula de concorrer a um novo mandato presidencial.

Da Redação  Luciana Lima e Pedro Alves/Metrópoles

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