Só entre janeiro a 15 de outubro deste ano, 123 pessoas perderam a vida no Estado em decorrência da Aids. Apesar de toda a assistência dada aos pacientes pelo Estado, dados demonstram que a Paraíba não conseguiu diminuir os riscos. O número já ultrapassou o total de 121 casos registrados ao longo dos 12 meses de 2012 e é a maior mortalidade apresentada nos últimos 14 anos.
Entre 1999 até 15 de outubro de 2013 foram registradas 1.421 mortes. As cidades com maiores ocorrências foram João Pessoa (381), Campina Grande (196), Santa Rita (76), Bayeux (67), Cabedelo (51), Patos (41) e Pedras de Fogo (24).
Dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES) mostram que em 1999, quando os óbitos começaram a ser contados, ocorreram 49 notificações. No ano seguinte, foram 50 e, em 2001, o total chegou a 74. Houve uma pequena queda em 2002, quando ocorreram 73 casos. Mas, logo no ano seguinte, a mortalidade retomou o crescimento, com 102 vítimas. Em 2011, os óbitos atingiram a marca de 119 casos.
Para a coordenadora da seção de DST/Aids da Secretaria de Saúde de João Pessoa, Clarice Pires, as mortes estão crescendo por conta da demora no diagnóstico. Ela explica que muitos portadores da doença só procuram tratamento quando o caso está em estágio avançado. “Muitos sintomas da Aids se confundem com outras patologias. Além disso, as pessoas não se acham sob o risco de contrair essa doença. Por isso, tardam em buscar ajuda especializada”, lamenta.
Outro fator que acelera as mortes é o abandono da terapia. A rede pública de saúde fornece gratuitamente um coquetel de medicamentos para combater a evolução do vírus HIV. No entanto, o uso dessas substâncias não pode ser interrompido. Caso isso ocorra, surtirá efeito contrário.
“A adesão ao tratamento é extremamente importante. É preciso tomar os medicamentos na hora certa e fazer os acompanhamentos com médicos. É melhor nem começar o tratamento se não for para cumpri-lo corretamente. Quem deixa de tomar os medicamentos deixa o vírus mais resistente”, explica a especialista.
Na Paraíba, existem centros de Testagem e Aconselhamento nos municípios de Campina Grande, Princesa Isabel e João Pessoa. Os diagnosticados com o vírus HIV são enviados para uma das três instituições credenciadas a fazer o tratamento no Estado. Duas ficam em João Pessoa e são o Complexo Hospitalar Clementino Fraga e o Hospital Universitário Lauro Wanderley. A terceira é o Hospital Universitário Alcides Carneiro, localizado em Campina Grande.
Nesses locais, os pacientes são avaliados por médico infectologista e realizam novos exames para identificar se existe a necessidade de iniciar ou não o tratamento com antirretrovirais. As instituições também fornecem os medicamentos prescritos.
RVNoticias.com
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