De um dia para o outro, famílias que dependiam de caminhão-pipa para
ter água em casa perderam tudo o que tinham para as enchentes. O
governos dos estados de Alagoas e Pernambuco já tinham decretado
situação de emergência por causa da seca em dezenas de cidades. Agora,
18 delas entraram também para as listas de municípios em situação de
emergência por conta das chuvas das últimas semanas, que deixaram 85 mil
desabrigados nos dois estados.
O reconhecimento de emergência é feito por decretos dos governos
estaduais, e permite que o município tenha acesso a recursos destinados a
mitigar os impactos de desastres naturais. Como cada desastre tem um
leque de auxílios específicos, um decreto de emergência por conta de
chuvas não anula um de secas.
Pernambuco vive o sexto ano consecutivo de estiagem. Em abril, o
governo do estado decretou emergência por conta da seca em 56 cidades.
Três estão no decreto que reconhece emergência por conta das chuvas em 24 cidades, assinado pelo governador Paulo Câmara (PSB) na última terça-feira (30).
Caruaru é uma delas. Um dos moradores, Ivanildo Pereira dos Santos, de
72 anos, dividia com os vizinhos os R$ 200 cobrados por caminhões-pipa
todos os meses. Agora, as chuvas das últimas semanas trouxeram um
prejuízo extra: a água invadiu a casa do aposentado e destruiu parte dos
móveis.
"Aqui pegou muita água, foi quase meio metro da nossa casa. Perdemos praticamente tudo. A gente se sente abandonado aqui, o poder público aqui não chega.”
“Qualquer chuva aqui é uma agonia, com os esgotos que acabam estourando
também", disse o idoso, que vive no bairro José Carlos de Oliveira.
E água nas torneiras? Nada até agora. Mesmo com a barragem do Prata,
principal manancial da cidade, subindo de 9% para 50% da capacidade, a
distribuição não foi normalizada na cidade. A Companhia Pernambucana de
Saneamento (Compesa) afirma que faz estudos para rever o racionamento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário