4 de mar. de 2018

Seca de 2012 a 2017 no semiárido foi a mais longa na história do Brasil

A seca que castigou o semiárido brasileiro de 2012 a 2017, em especial o sertão do Nordeste, foi a pior da história já registrada no Brasil, aponta levantamento do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) obtido com exclusividade pelo UOL.

Desde quando começou a série histórica no século 19, em 1845,
nunca havia acontecido um período de seis anos consecutivos com chuvas abaixo da média e estiagem prolongada na região, que normalmente já possui um índice pluviométrico reduzido em comparação com outros lugares do país –por lá costuma chover entre 200 e 800 milímetros em um ano normal, dependendo do lugar (leia mais abaixo).
Em 173 anos, houve oito períodos de seca prolongada na área de abrangência do que hoje é chamado de semiárido brasileiro. Fora estes períodos, houve diversos anos de seca intensa, mas sem sequência de anos.
Por quatro vezes foi registrado um período de seca de cinco anos consecutivos: no final do século 19 (de 1876 a 1880), no início do século 20 (de 1901 a 1905), de 1929 a 1933 e de 1979 a 1983. Fecham a lista das estiagens que duraram mais de um ano os biênios 1955-1956 e 1997-1998 e os quatro anos de 1990 a 1993.
Seca prolongada acabou, indica projeção
A boa notícia é que os modelos meteorológicos disponíveis indicam que a seca prolongada acabou e deve chover acima da média na região ao longo deste semestre. “Desde janeiro, chove forte no sertão nordestino e no semiárido como um todo”, afirma Expedito Rebello, coordenador de Meteorologia Aplicada do Inmet.
“Em fevereiro, a tendência tem sido mantida e os modelos meteorológicos indicam chuvas intensas também para março, abril e maio, quando o período chuvoso chega ao fim no semiárido. Chuva no sertão, historicamente só de dezembro a maio, a partir daí já não cai uma gota do céu”, diz Rebello.
“Todos os anos costuma chover alguma coisa na região do semiárido. O problema é que chove tão pouco que, quando chove abaixo da média, acontece a seca. Foi o que ocorreu de 2012 para cá”, afirma o especialista.
UOL

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