A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) publicou os novos preços de referência para comercialização do diesel, que passou a ser subsidiado pelo governo após a greve dos caminhoneiros. Os preços subiram até 14,4% e variam de acordo com a região.
Os novos preços entram em vigor
nesta sexta-feira (31) e valerão por 30 dias. E devem acabar impactando no valor pago pelos consumidores nas bombas.
Segundo a ANP, os novos preços já levam em conta a subtração de R$ 0,30 por litro (patamar de subsídio estabelecido pelo governo), como determinado pelo programa de subvenção, e “refletem os aumentos dos preços internacionais do diesel e do câmbio no último mês”.
Pela nova tabela divulgada pela ANP, a maior alta será na região Centro-Oeste, de 14,4%, com o preço do litro passando de R$ 2,1055 para R$ 2,4094. No Sudeste, os preços subiram 10,5%, de R$ 2,1055 para R$ 2,3277. No Nordeste, passou de R$ 2,0065 para R$ 2,2592, alta de 12,6%. No Sul, foi de R$ 2,0462 para R$ 2,3143, alta de 13,1%. E no Norte avançou 12,5, de R$ 1,9814 para R$2,228.
O preço de comercialização para a Petrobras e outros agentes que participam do programa, incluindo alguns importadores, estava congelado desde junho a R$ 2,0316 por litro, após o governo fechar um acordo com caminhoneiros para encerrar os protestos que paralisaram o país em maio.
A Petrobras ainda não informou qual será o preço do diesel cobrado nas suas refinarias a partir desde sexta-feira.
A nova metodologia vale até o fim do ano, quando termina o prazo previsto em lei para a concessão da subvenção ao diesel. O governo prevê gastar R$ 9,58 bilhões até o final do ano com o subsídio ao diesel.
Diferença será paga pelo consumidor
Após três meses congelado, o preço de referência do diesel volta a ser reajustado com base na nova metodologia de cálculo divulgada no começo da semana pela ANP.
O congelamento do preço de referência do diesel foi parte decisiva da negociação do governo federal para pôr fim à greve dos caminhoneiros. Para não causar prejuízos às refinarias e distribuidoras, o governo garantiu subsidiar em até R$ 0,30 por litro do combustível até o dia 31 de dezembro deste ano.
O novo preço do diesel leva em conta sobretudo a alta do preço do barril do petróleo e do dólar. Nesta quinta-feira, o petróleo fechou no maior valor em mais de um mês.
“Como o o dólar foi a R$ 4, o preço do diesel subiu muito no mercado. Então, aqueles 30 centavos não estão sendo suficiente para cobrir os custos das distribuidoras”, afirma o sócio-diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), Adriano Pires.
A mudança na fórmula de cálculo do preço de referência do diesel partiu de uma cobrança das distribuidoras. Porém, a nova metodologia não atenderá às expectativas, segundo adiantou o presidente da Plural, Leonardo Gadotti.
Segundo o executivo, o pedido para mudança do cálculo partiu “basicamente daquelas [distribuidoras] que importam o produto”. O Brasil produz 70% do diesel que consome, e os outros 30% são importados.
“As distribuidoras pediam que a fórmula considerasse os custos de transferência do produto dos portos até a região de comercialização. Sob esse aspecto, o pedido foi atendido. O problema que surgiu é que se estabeleceu na fórmula um custo menor de logística e excluiu a margem de remuneração das importadoras. Assim, voltou à estaca zero. A fórmula existe, mas não incentiva ninguém a buscar o produto lá fora”, ressaltou Gadotti.
Enquanto o preço do diesel está controlado, a gasolina não integrante do programa de subvenção tem batido recordes de valor nas refinarias da Petrobras, com a estatal seguindo a política de repassar valores do mercado internacional e do câmbio.
O preço médio do litro do diesel nos postos do país ficou em R$ 3,371 na semana passada, segundo levantamento da ANP. A previsão era de que o valor do diesel nas bombas seria reduzido em R$ 0,46. Desde a véspera da greve até agora, de acordo com o levantamento da ANP, o desconto do preço médio foi de R$ 0,22.
G1
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