O presidente
nacional do PSDB, senador Aécio Neves, voltou a defender hoje (28) o fim
da reeleição para cargos do Poder Executivo. Aprovada em 1º turno na
Câmara dos Deputados nesta semana, a emenda feita à PEC da reforma
política acaba com a possibilidade de segundo mandato consecutivo para
os cargos de presidente da República, governador e prefeito.
Em entrevista à imprensa, Aécio Neves afirmou que o PSDB trabalhará
no Congresso para que a proposta, defendida por ele desde 2006, também
seja aprovada no Senado. O texto ainda precisa ser votado em 2º turno na
Câmara antes de seguir para apreciação dos senadores.
“Acho que a presidente da República acabou por desmoralizar a
reeleição. A utilização sem limites, irresponsável, diria criminosa, da
máquina pública foi, a meu ver, um grande estímulo para que cerca de 400
parlamentares na Câmara dos Deputados votassem pelo fim da reeleição.
Tivemos a experiência da reeleição. Não nos arrependemos dela, mas é
preciso que tenhamos a capacidade de avaliar se foi boa e se foi ruim.
Acho que o fim a reeleição neste momento permite o surgimento de novas
lideranças políticas e impede o uso abusivo, repito, criminoso da
máquina pública como ocorreu na campanha do PT”, afirmou.
O senador citou o uso feito pela campanha da candidata Dilma Rousseff
da empresa dos Correios em São Paulo como exemplo de abuso cometido,
conforme atestou o Tribunal de Contas da União. Ele citou ainda as
chamadas pedaladas fiscais ocorridas na utilização de dinheiro dos
bancos públicos para pagar despesas do governo e que são agora objeto da
representação feita pelas oposições à Procuradoria Geral da República
contra a presidente da República por prática de crime.
“O que foi feito com verbas públicas, com os bancos públicos que
acabaram sustentando o Tesouro ou mascarando a situação fiscal do país,
fazendo o que não poderiam fazer e que é hoje objeto de uma ação
criminal contra a presidente da República. A utilização sem limites dos
programas sociais. Programas como Seguro Defeso, que no ano anterior à
eleição tinha investimentos de R$ 550 milhões, no ano da eleição de R$
2,1 bilhões, agora não tem mais dinheiro. O FIES, no ano antes da
eleição teve investimento de R$ 7,5 bilhões, no ano da eleição quase R$
14 bilhões, agora tem 200 mil alunos na fila que não conseguem se
cadastrar”, protestou.
Bandeira do PSDB
O presidente nacional do PSDB ressaltou que o fim da reeleição para
prefeito, governador e presidente da República foi uma das propostas
apresentadas pelo partido para a reforma política ainda em 2013, durante
reunião da Executiva Nacional, em resposta às manifestações que tomaram
as ruas do Brasil em junho daquele ano. Constou também entre os
compromissos assumidos por ele no plano de governo apresentado na
campanha presidencial.
“A executiva nacional do partido, no momento em que definiu os temas
que o partido apoiaria na reforma política, colocou esse como um dos
temas centrais, além do voto distrital misto, além do fim das coligações
proporcionais, da cláusula de barreira. O fim da reeleição com um
mandato de cinco anos é uma das propostas formais, oficiais do PSDB”,
ressaltou o presidente tucano.
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