Não há clima de acordo entre PSB e PMDB nos principais municípios da
Paraíba para 2016. As recentes declarações de expoentes dos dois
partidos sinalizam para uma guerra fria entre ambos, já de olho na
sucessão estadual em 2018.
Raiz de toda a discórdia, João Pessoa é o município mais problemático
na relação entre os dois partidos, a partir do lançamento precoce do
deputado federal Manoel Júnior como postulante do PMDB na capital
paraibana, enquanto o PSB também
anuncia que terá um candidato próprio,
provavelmente o secretário João Azevedo.
Assim como em 2012, quando José Maranhão e Estela Bezerra entraram na
disputa em João Pessoa, o cenário em 2016 coloca PMDB e PSB novamente
em trincheiras opostas, uma vez que o pré-candidato peemedebista,
ex-vice-prefeito de Ricardo Coutinho, é inimigo declarado do
governador.
Os problemas não diminuem quando desembarcam em Campina Grande. Lá, o
presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino, do PSB, e o
deputado federal Veneziano Vital do Rêgo, do PMDB, também não abrem mão
de encabeçar a chapa das oposições, instalando um impasse inegociável.
A situação não é diferente em Bayeux, onde o empresário Léo Micena,
do PMDB, faz dura oposição ao atual prefeito Expedito Pereira, do PSB.
Cenário idêntico acontece em Sousa, onde o ex-prefeito Fabio Tyrone, do
PSB, é o maior algoz do prefeito André Gadelha, do PMDB. E em Cajazeiras
onde o comando do PMDB está nas mãos do ex-deputado Vituriano de Abreu,
ferrenho opositor da prefeita socialista, Denise Albuquerque.
Para piorar a situação, em Guarabira, única grande cidade em que um
entendimento entre as duas legendas parecia se formar, foi sepultado
neste final de semana pelo diretório municipal do PSB, presidido pelo
secretário Célio Alves, anunciou oficialmente que os socialistas
lançarão um nome contra a candidatura do PMDB, liderado pela família
Paulino. Foi a gota d’água para antecipar o fim das negociações.
Na rainha do Brejo, a briga se dá em virtude do deputado estadual
Raniery Paulino não ter aderido à bancada governista na Assembleia
Legislativa.
Ao Blog do Gordinho, um peemedebista aliado do governo reclamou da falta de diálogo do PSB com os aliados.
“Não é de hoje que não tem conversa com o PSB. Eles fazem o que
querem e não nos consultam. Querem que o PMDB engula tudo de goela
abaixo. Quando reagimos, eles reclamam. Fica difícil ter uma boa
convivência dessa forma”, relatou o peemedebista.
Já os socialistas alegam que o problema com o PMDB é a diferença
ideológica e argumentam que este é um dos principais motivos para a
ruptura nas principais cidades. O presidente estadual do PSB, Edvaldo
Rosas, foi um dos primeiros a reconhecer que há contradições entre as
duas legendas.
Nos bastidores, políticos dos dois lados justificam o empurra-empurra
da aliança com a necessidade que um partido tem do outro. O PSB, do
governador Ricardo Coutinho, reconhece que o partido não está preparado
para romper com o PMDB agora. Por mais que hajam problemas, no fim, o
PSB ainda consegue vislumbrar alguma possibilidade de acordo.
Já o PMDB, ao tensionar, ganha espaço. Peemedebistas dizem que é
preciso que o partido, maior da Paraíba, se posicione, mostre sua cara.
E, na avaliação desses políticos, não dá para fazer isso aceitando tudo o
que o PSB impõe.
“Existe briga porque não podemos aceitar tudo que Ricardo Coutinho quer”, justificam os peemedebistas.
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