17 de mar. de 2018

Em Areia - revoltada, população volta às ruas para protestar contra fechamento de escolas

A população da cidade de Areia, no Brejo do Estado, voltou às ruas, nesta sexta-feira (16), para protestar, mais uma vez, contra o fechamento de mais de dez escolas da zona rural da cidade. São crianças, professores, pais de alunos e a comunidade unidas contra o que consideram intransigência e falta de prioridade com a educação municipal.

Em texto divulgado nas redes sociais, o grupo explica o teor da revolta e a decepção com a gestão tucana, que foi eleita com um slogan – Por uma Areia melhor de se viver, mas acabou fazendo morrer o bem mais precioso do ser humano – a educação e os frutos do conhecimento.
Até um caixão cenográfico foi utilizado durante o protesto para demonstrar o sepultamento da Educação na cidade que se intitula a terra da cultura.
CONFIRA O RELATO
Hoje, 16 de Março, pela manhã, na cidade de Areia, brejo paraibano, terra de Pedro Américo, José Américo, Abdon Milanez e tantos outros expoentes da educação, política e cultura paraibanas aconteceu mais um movimento cuja pauta maior é a reabertura das escolas do campo. Em apenas um ano de gestão do psdebista João Francisco, foram 11 escolas do campo desativadas, embora ainda estejam ativas em cadastro do MEC, uma vez que algumas dessas são autogestoras e recebem recursos federais, como o Dinheiro Direto na Escola, a exemplo da Escola Maria Emília Maracajá, 50 alunos, maior símbolo de resistência ao fim das pequenas escolas rurais.
As mães e comunidade resistiram e ergueram salas improvisadas no pátio da escola, porque são contrários ao fechamento desta  há 32 anos educando o povo das comunidades circunvizinhas.
Após sucessivas tentativas de acordo para a reabertura e diante da resistência da gestão, os movimentos sociais, como o MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores), Associação dos Educadores do Município de Areia, alguns vereadores, MST, escolas da rede estadual, pais, mães e alunos da Escola Maria Emília Maracajá, escritório de Luiz Couto, na Paraíba, o SINTAB e apoiadores do movimento decidiram sair às ruas para que a sociedade tome conhecimento do fato e para que a gestão reconsidere o encerramento das escolas rurais.
O assessor de imprensa do SINTAB, Napoleão Maracajá, liderou o cortejo que seguiu da Câmara Municipal para a frente do Centro Administrativo, sede da Secretaria de Educação, a fim de cobrar resposta de ofício enviado pelas mães à secretária, pedindo que a escola permanecesse aberta até a decisão do processo, do qual nunca obtiveram resposta. No entanto, a secretária deu ponto facultativo na instituição, que se encontrava fechada. O cortejo seguiu pelas ruas da cidade, parando no coreto, com a leitura de documentos trazidas pelo assessor do deputado Luiz Couto, Antonio Balbino, sobre o caso, que tomou proporções nacionais, sendo notícias em revistas como a Carta Capital, Voz do Brasil e Câmara Federal. O Senador Lindembergh Farias também já foi acionado e deverá também somar forças pela permanência da educação do campo.

Enquanto se espera o parecer da juíza, os alunos permanecem à margem do sistema social e educacional do município. O movimento contou com cerca de mil pessoas entre estudantes, professores, entidades civis organizadas e apoiadores. A gestão alega que disponibiliza transporte para as crianças e que são 2,2 quilômetros da escola, onde o carro deve pegar as crianças, até o distrito de Cepilho, para onde querem levar os alunos e inseri-los em salas superlotadas. No entanto, a gestão omite o fato de que a maioria dos alunos vêm de outras localidades e não moram vizinho à escola. Assim, esses 2,2 quilômetros, na verdade, são quatro ou cinco, o que é extremamente cansativo para crianças de quatro, cinco, seis, sete anos.
O que mais impressiona é que a escola recebeu, há cerca de um mês, equipamentos de internet e que foi informada ao MEC como escola ativa, na semana passada, o que mostra que as escolas foram fechadas à revelia, sem seguir a legislação específica e sem, sequer, comunicar ao MEC, do  encerramento das atividades das respectivas unidades de ensino.
Por isso, a população tem feito campanhas em redes sociais, imprensa, nas ruas para que a situação seja resolvida, antes que os atores principais dessa história, alunos e professores saiam mais prejudicados dessa história.
Os movimentos e as mães seguem clamado pela adesão de toda a sociedade e entidades, no sentido de solucionar o problema.
PB Agora

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