Indicada para o comando do Ministério de Mulher, Família e Direitos Humanos do governo Jair Bolsonaro, a pastora evangélica e advogada Damares Alves afirmou nesta quinta-feira (6) que deseja “um Brasil sem aborto” por meio de políticas que tratem de planejamento familiar.
Assessora parlamentar do senador Magno Malta (PR-ES), a futura
responsável pelas políticas públicas federais para mulheres disse que, na visão dela, o aborto “não desengravida nenhuma mulher”. Ela foi indicada oficialmente para o primeiro escalão do próximo governo em uma entrevista coletiva concedida na tarde desta quinta pelo futuro ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
“Eu sou contra o aborto. Eu acho que nenhuma mulher quer abortar, as mulheres chegam até o aborto porque possivelmente não foi lhe dada uma outra opção”, declarou a futura ministra.
“O aborto não desengravida nenhuma mulher. A mulher caminha o resto da vida com o aborto. Se a gravidez é um problema que dura só nove meses, eu digo para vocês que o aborto é um problema que caminha a vida inteira com a mulher”, acrescentou.
Segundo ela, a nova pasta das Mulheres irá lidar com a “proteção de vidas”, em vez de “mortes”.
“Nós queremos Brasil sem aborto. De que forma? Um Brasil que priorize políticas púbicas de planejamento familiar, que o aborto nunca seja considerado, e visto nessa nação, como um método anticonceptivo.”
Damares Alves defendeu que a legislação atual, que permite o aborto em condições específicas, não deve ser alterada.
“Quando é oferecido para a mulher uma outra opção, a mulher pensa duas vezes. […] Dá para a gente trabalhar apenas essas situações e a gente lutar para salvar as duas vidas, a da mulher e a do bebê”, observou.
Atualmente, a legislação permite o aborto em três situações:
- quando a gravidez é resultado de estupro
- quando há risco de vida para a mulher
- se o feto for anencéfalo
Violência contra LGBTs
Damares Alves afirmou aos jornalistas nesta tarde que, na opinião dela, a discussão sobre a pauta LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) é “delicada”. Segundo ela, no Brasil foi criada uma “falsa guerra entre cristãos e LGBT”.
Essa guerra não existe e vamos mostrar que essa guerra não existe”, declarou a futura ministra dos Direitos Humanos.
Ela também assegurou que a pasta fará “seriamente o enfrentamento” à violência contra a comunidade LGBT.
“Que fique bem claro: se precisar, estarei nas ruas com as travestis. Se precisar, estarei na porta das escolas com as crianças que são discriminadas por sua orientação sexual. A violência contra qualquer pessoa, por qualquer motivação, vai ser prioridade deste governo”, prometeu.
G1
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