Em discurso nesta sexta (27), o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha
Lima (PB) citou a divulgação do baixo índice de crescimento da economia
brasileira de 2014, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), para criticar a “política econômica desastrosa” da
presidente Dilma Rousseff. O Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado
ficou em 0,1%, o pior resultado desde 2009, ano da crise internacional,
quando o PIB recuou 0,2%.
“As pessoas estão empobrecidas, o Brasil está desperdiçando
conquistas que foram alcançadas pela nossa sociedade com muito esforço.
Não foram os trabalhadores e assalariados brasileiros que jogaram o
Brasil na recessão. Se existe um responsável pela recessão que estamos
enfrentando, essa responsabilidade é da presidente Dilma Rousseff do
PT”, disparou Cássio.
O parlamentar lembrou que o aumento do PIB a partir de 2010 não foi
sólido, já que não resultou de crescimento da indústria, mas sim da
expansão do crédito e estímulo ao consumo. Segundo Cássio, até agora o
que tem salvado o PIB é a agroindústria, mas para 2015 as previsões são
pessimistas, de retração da economia.
“As perspectivas são ruins para o brasileiro que já sofre com a inflação elevada, a redução da renda e o desemprego”, lamentou.
Novos escândalos
Cássio criticou a gestão do governo, que não para de se envolver em
escândalos. O mais recente é o da Receita Federal, com desvios estimados
em R$ 19 bilhões, montante superior ao orçamento de vários estados
brasileiros, como, por exemplo, a própria Paraíba. Para o senador, a
gestão caótica do governo Dilma não permite à presidente sequer nomear
os ministros para as vagas abertas nos tribunais superiores, o que
atrasa os processos e prejudica o cidadão.
“Estamos tendo um amontoado de pessoas que batem a cabeça e não
conseguem dar um caminho, um prumo, um rumo para o país. A situação é
extremamente grave porque não param de surgir escândalos e com cifras
bilionárias. O bilhão no Brasil está desmoralizado. Fala-se em bilhão
hoje e as pessoas se confundem porque as cifras são estarrecedoras”,
resumiu.
O líder alertou que esse novo escândalo de R$19 bilhões, da Receita, é
superior ao orçamento de mais de 70% dos Estados brasileiros. “A Lava
Jato levou para o ralo da corrupção recursos que representam muito mais
do que o orçamento de 95% dos municípios brasileiros. A que ponto nós
chegamos? É preciso dar um basta nessa situação. É preciso que,
definitivamente, possamos encontrar um caminho, e o caminho será através
da transparência, da humildade, do reconhecimento de falhas e de erros
e, sobretudo, de uma postura honesta com o país”, disse Cássio.
Repasses à ditadura cubana
Nesta quinta-feira (26), o ministro da Saúde, Arthur Chioro,
pediu ao presidente do Senado, Renan Calheiros, e ao 1º vice-presidente,
Jorge Viana (PT-AC), a rejeição do Projeto de Decreto Legislativo (PDS)
33/2015 de autoria do líder Cássio e do vice-líder e presidente da
Comissão de Relações Exteriores (CRE), senador Aloysio Nunes Ferreira
(SP). A matéria anula termo de ajuste de cooperação técnica firmado
entre o Brasil e a Organização Pan Americana de Saúde (Opas) para o
desenvolvimento de ações vinculadas ao programa Mais Médicos.
Cássio afirmou que o PSDB não está patrocinando nada contra o Mais
Médicos. O que o PSDB não aceita é que, por meio do programa, o governo
brasileiro repasse dinheiro à ditadura cubana. Ao comentar essa
tentativa de Chioro, o líder do partido pediu ao presidente do Senado,
Renan Calheiros, que acelere a votação da matéria e explicou o porquê:
“Apelo ao presidente Renan Calheiros, no sentindo de que ele possa
priorizar a apreciação do projeto pelo Plenário, para que sustem os
efeitos da fraude praticada pelo governo. E que Arthur Chioro compareça à
CRE, mas não para confundir a opinião pública, de que a oposição quer
acabar com o Mais Médicos. Não, a oposição quer acabar é com a
corrupção, com a roubalheira e com a fraude que ocorre em varias áreas
do país”, disse.
O senador informou que o ministro Chioro irá à Comissão de Relações
Exteriores (CRE) para esclarecer “a burla feita ao Congresso Nacional”,
que tem atribuição constitucional de resolver tratados, acordos e atos
internacionais que acarretem encargos e compromissos gravosos ao
patrimônio nacional como o caso do Programa Mais Médicos. Na opinião de
Cássio, sem autorização do Senado, o Brasil firmou um acordo bilateral
com Cuba.
fonte : MaisPB
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