Com 50 assinaturas de senadores, segundo a Secretaria-Geral da Mesa
Diretora do Senado, a CPI com a finalidade de investigar a Confederação
Brasileira de Futebol (CBF) foi criada nesta sexta-feira (29). O
requerimento de criação do colegiado havia sido apresentado pelo senador
Romário (PSB-RJ) na última quarta-feira (27), mesmo dia em que foi
preso o ex-presidente da CBF José Maria Marin.
O requerimento para a criação da CPI recebeu as assinaturas de 50
senadores – o mínimo necessário para se criar uma comissão de inquérito é
27. Com a leitura do requerimento no plenário, ocorrida na tarde dessa
quinta (28), os senadores signatários tinham até meia-noite para retirar
ou incluir assinaturas de apoio ao pedido.
Como nenhum parlamentar retirou assinatura do documento até o prazo
limite, a CPI foi criada. Agora, para ser instalada e entrar em
funcionamento, dependerá da indicação pelos líderes partidários dos
parlamentares que integrarão a comissão o que deve ocorrer nos próximos
cinco dias.
A CPI terá sete membros titulares, sete suplentes e 180 dias para
investigar possíveis irregularidades em contratos para a realização de
partidas da seleção brasileira de futebol e de campeonatos organizados
pela CBF, além da realização da Copa das Confederações em 2013 e da Copa
do Mundo de futebol de 2014.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que, nesta
sexta-feira, pedirá aos líderes partidários a indicação dos nomes dos
integrantes da CPI a fim de que os trabalhos possam se iniciar
“imediatamente”. Caso a indicação não seja feita por algum partido, os
integrantes do colegiado são escolhidos pela presidência da Casa.
“Então nós vamos já amanhã [sexta] pedir aos líderes partidários que,
por favor, indiquem os nomes para que nós possamos começar
imediatamente a investigação”, afirmou Renan.
O ex-presidente da CBF José Maria Marin e outros seis dirigentes da
Fifa foram detidos nesta quarta (27) pelo serviço de inteligência
norte-americano (FBI) e pela polícia suíça em Zurique por suspeita de
corrupção. Segundo a investigação, Marin teria recebido R$ 19,6 milhões
em propina em um esquema de corrupção envolvendo a organização da Copa
América. O dirigente também é apontado como destinatário de propina
decorrente de contrato de uma competição nacional.
Duas linhas de apuração da investigação do FBI dizem respeito
diretamente ao Brasil: suspeita de o superfaturamento do contrato da CBF
com uma empresa de fornecimento de material esportivo e compra de
direitos de transmissão por agências de marketing esportivo de Copa
América Centenária, edições da Copa América, Libertadores da América e
Copa do Brasil.
Além disso, o FBI investiga também suposto pagamento de propina dos
organizadores das copas da Rússia, em 2018, e no Catar, em 2022, a
dirigentes da Fifa, para garantir que os países fossem escolhidos como
sedes.
G1
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