A Lei 12.305 – que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos
(PNRS) – é de 2010, mas passados cinco anos um abismo ainda separa as
novas regras da realidade prática. Na Paraíba, por exemplo, a
transformação de lixões em aterros sanitários ainda não conseguiu sair
do papel em 95 municípios. Em 23 dessas localidades o Plano Municipal de
Gestão Integrada de Resíduos Sólidos sequer foi iniciado e, em 72, ele
está em elaboração. Apenas 29 municípios já finalizaram o projeto.
Isso considerando um universo de apenas 126 cidades que responderam
ao questionário da Confederação Nacional dos Municípios (CNM). A Paraíba
tem 223 cidades. Significa que somente 56% do total deram respostas aos
questionamentos.
Os gestores alegam que a principal dificuldade enfrentada para a
elaboração do Plano de Resíduos Sólidos é a captação de recursos. Para
46 deles, essa tem sido a maior barreira enfrentada para o cumprimento
da lei. A falta de quadro técnico especializado também tem emperrado a
preparação do projeto, segundo 37 dos entrevistados. Outros 34 afirmaram
que desconhecem outros meios de captação de recursos financeiros e, por
isso, encontram problemas.
Houve também quem justificasse a demora na construção do projeto
afirmando que o custo ultrapassou o estimado (16), ou porque enfrentam
dificuldades com a participação da comunidade (23) e até porque têm
problemas com convênios com órgãos de saneamento (18). Dez gestores
apresentaram outros fatores que eles alegam estar travando o andamento
da questão.
Recursos próprios são a maior fonte
A reclamação da maioria dos gestores sobre dificuldades financeiras
tem uma razão de ser, de acordo com o resultado da pesquisa da CNM. Na
Paraíba, seis gestores informaram que não têm nenhum recurso para
elaborar o Plano de Resíduos Sólidos. E, na grande maioria dos casos
(62,5%), a verba tem saído da própria prefeitura. Dos prefeitos que
responderam ao questionário, 45 disseram que estão custeando o projeto
com dinheiro da própria gestão.
Apenas seis receberam recursos do Governo do Estado e outros oito do
Governo Federal. Cinco conseguiram fazer convênios e dois acharam outras
formas para cumprir a determinação.
Lixo de 85 cidades tem destino inadequado
O levantamento da Confederação Nacional dos Municípios revelou que em
85 cidades paraibanas o lixo tem destino inadequado, ou seja, ele é
depositado em lixões ou aterros controlados. Desses, 72 depositam os
resíduos na própria cidade e 34, em outras localidades.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos considera como disposição
final ambientalmente adequada apenas os aterros sanitários. Dessa forma,
a pesquisa da CNM equiparou os aterros controlados aos lixões, para
proporcionar análise de adequação dos Municípios à lei.
fonte : blog do gordinho
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